Entrevista com Dona Elite Maurina de Souza – Símbolo da Avaianidade
Créditos: Arquivo Pessoal
Nascida na Ilha de Santa Catarina, prestes a completar 62 anos, dona Elite pode ser considerada um dos símbolos da Nação Avaiana. Moradora da Costeira do Pirajubaé, a simpática senhora concedeu essa entrevista na sede da Torcida Mancha Azul, torcida organizada a qual é integrante em 13/01/2021.
– Entrevistador: O que fez a Sra. torcer para o Avaí F. C.?
– Dona Elite: Com doze anos de idade eu trabalhava como empregada doméstica em um apartamento ao lado do campo da liga (atual Beira-Mar Shopping). Quando eu saia trabalho o Avaí estava sempre treinando. Como menores não podiam entrar no estádio, eu espiava pela porta e a partir daquele momento eu comei a amar o Avaí.
– Entrevistador: Toda sua família é Avaiana?
– Dona Elite: Toda minha família é Avaiana, filha, neto e neta.
– Entrevistador: Com quase 62 anos, há quanto tempo a Sra. frequenta a Torcida Mancha Azul?
– Dona Elite: Desde 1997.
– Entrevistador: O que fez a senhora se envolver em uma torcida organizada? A senhora é atuante na torcida?
– Dona Elite: Eu sempre gostei da Mancha, mas não ia no miolo, ficava sempre pelas beiradas, cantando, vibrando. Meu neto Gabriel entrou na torcida em 2008 e eu comei a frequentar com ele por medo de deixar ele sozinho. Sentimento de vó, torcidas organizadas eram muito mal faladas e eu não tinha como deixa-lo sozinho.
– Entrevistador: Após envolvimento com a torcida, a visão da Sra. mudou?
– Dona Elite: Completamente. Eu percebi que não era verdade o que o povo comentava, vi que era bem diferente. A torcida é unida, possuí muita gente solidária.
– Entrevistador: Alguns familiares da Sra. também integram a torcida, duas filhas e três netos. Teria como descrever como é ter os familiares integrando uma torcida organizada junto com a Sra.?
– Dona Elite: É a maior alegria da minha vida saber que os meus estão seguindo os mesmos passos que eu. É indescritível! Eu sou muito feliz! Seria muito triste se os meus torcessem para o outro lado. Eu sou Feliz!
– Entrevistador: A senhora frequenta arquibancada, canta e vibra?
– Dona Elite: Sim. Todos os jogos, só saio quando temo “tá ligado” (risadas), mas só porque os ossos não colam mais.
Quando o Avaí subiu para a série A em 2008, eu saí da ressacada quase meia noite, o Gabriel meu neto, não queria ir embora de jeito nenhum.
– Entrevistador: O que significa o Avaí para você?
– Dona Elite: Muita emoção. Pergunta difícil de responde. Não sei explicar. O Avaí para mim é minha vida!
– Entrevistado: O que significa a Mancha Azul para a Sra.?
– Dona Elite: A Mancha Azul é alegria, é festa. Fiz muitos amigos que jamais quero perder. Significa muita alegria!
Entrevistador: Para a Sra. existe Avaí sem Mancha Azul?
Dona Elite: Eu acho que a Mancha Azul não existe sem o Avaí, o Avaí até existe sem a Mancha Azul, mas 99% do Avaí é a Mancha Azul, não tenho dúvidas.
Dona Elite Maurina de Souza, essa senhora simpática que sempre está presente nas arquibancadas da Ressacada, é sem sombra de dúvidas um símbolo da Avaianidade. Mais do que isso, sua presença dentro de uma torcida organizada automaticamente descontrói o preconceito que existe sobre essas instituições.
Personagem ímpar, sempre presente no Setor B junto a Torcida Mancha Azul, a Vó, como é carinhosamente chamada por muitos integrantes da torcida, é encontrada com frequência na sede da torcida dialogando com os outros associados.
Dona Elite é um símbolo de resistência do futebol moderno!
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Avaiano, ilhéu, membro do Conselho Vital da Torcida Mancha Azul e membro Conselheiro Deliberativo do Avaí F.C. Estudante de Direito. Redes sociais: facebook: https://www.facebook.com/josecarlossilvajunior.silva Instagram: @josecarlossilva.jr
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