Muito Pouco
Créditos: Márcio Cunha/ Chapecoense
Nossa Derlei, tu é muito azia! Provavelmente muitos de vocês estejam pensando isso neste momento. Não vou tirar toda a razão, mas é preciso clarificar algumas coisas. A Chapecoense empatou em casa com o Náutico, 18º colocado na série B do Campeonato Brasileiro, e saiu no lucro.
O que vimos em campo na noite desta quarta-feira foi um time sem intensidade, sem gana, sem ímpeto pela vitória. A Chape adentrou as quatro linhas achando que venceria o Náutico “de qualquer jeito”. Sem inspiração, foi levando o jogo em banho Maria e até criou situações de perigo durante os 90 minutos, porém, suspirou aliviada em diversas oportunidades, seja pela falta de qualidade na conclusão a gol dos adversários ou pela grande noite de João Ricardo, que garantiu o zero a zero.
A Chape é líder, segue com uma distância confortável em relação ao quinto colocado, mas hoje deu a perigosa impressão de que “bateu a meta” de 2020, se levarmos em conta que o acesso à elite do futebol nacional já está praticamente garantido. Hoje, o Verdão mostrou um futebol preguiçoso, procrastinador, moroso. Não foi futebol de time que briga por título, foi desempenho medíocre, mediano, de time comum.
Óbvio que manter a intensidade em todas as partidas não é tarefa fácil, especialmente com a sequência de jogos, porém se o discurso é “jogar por mais”, a prática deve ser condizente, e a busca pelo caneco, incessante.
Umberto Louzer errou, mais uma vez, seja na escalação, seja nas decisões nas substituições. Todo o respeito a Alan Ruschel e sua história na Chape, mas hoje ele não apresenta condições técnicas para ser titular, capitão e batedor de faltas do time. Não dá. Na frente, Mike precisa ter uma chance no lugar de Aylon, que já teve infinitas oportunidades mas nunca demonstrou nada além de empenho tático. Para um atacante, é muito pouco. Em relação as mudanças, é inadmissível que Roberto seja a primeira opção entre os suplentes. Não apresenta velocidade, dinâmica e ameaça ofensiva. Mesmo assim, segue sendo o número um na preferência de Louzer (quando Felipe Garcia não está no banco).
Foguinho mais uma vez entrou em campo para jogar 10 minutos. Não sei qual a visão que se tem do jovem, mas o ritmo, o preparo e o protagonismo dele só serão percebidos e avaliados se ele jogar regularmente, e entrando mais cedo no gramado. Não pode-se dizer que um jogador de 20 anos de idade “não está pronto”. Pelo contrário, já está passando do ponto. Precisa de minutagem, precisa jogar mais. O mesmo acontece com Perotti; por mais que não apresente a qualidade técnica de Foguinho, necessita de ritmo de jogo e mais que um “bumba meu boi” de fim de partida para ter-se uma avaliação mais criteriosa do futebol do mesmo.
A Chape vai subir, óbvio que vai. Será campeã? Jogando o futebol apresentado hoje, muito difícil. Esperamos que tenha sido somente uma exceção (uma atuação ruim entre tantas boas que já vimos), e que possamos voltar nos trilhos da garra, determinação e luta em campo para buscar o inédito título da série B.
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Torcedor desde os tempos de confrontos épicos contra o Cidade Azul até batalhas inimagináveis contra o River Plate. A paixão das arquibancadas virou profissão quando me tornei Scout Reporter do Verdão. Como bom torcedor opinativo, os pitacos aqui terão doses de emoção, análises racionais e um toque de azia.
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