O futebol, dentre todas as suas fantasias, tem seus pesadelos. O rebaixamento, talvez, seja o maior deles. Principalmente, se falarmos de times de tradição, camisas vencedoras. Porém, como diz o ditado, “nada é tão ruim que não possa piorar” e, há alguns anos, os dirigentes dos clubes do Rio de Janeiro – culpar a FFERJ é muito fácil – aprovaram no regulamento a tal da seletiva. Para quem é de outro estado, país, planeta ou universo, de forma sucinta, é o seguinte: o seu time foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Estadual. Mas, ele vai jogar um mini-torneio para saber se foi rebaixado, mesmo. É como um resultado “falso positivo” de covid. Acaba sendo uma repescagem.

Cair, mas não cair, é bom. E subir, mas não subir? Sim, isso também tem! A seletiva é disputada entre os times que caíram e os times que subiram para, então, decidir quem vai cair e quem vai subir. Assim, o time que está lutando pelo acesso monta estrutura, elenco, consegue investidores, pega todos os laudos. Joga, é campeão e leva nada! Ainda tem o pedágio da seletiva. Dentre outros, joga com aquela mesma equipe que falamos acima, foi rebaixada, mas não caiu. É quase como se o Mestre dos Magos desse o caminho e, na hora da pergunta final, ele sumisse e, em seu lugar, aparecesse o Vingador.

Por mais magias que o esporte por si só já propocione, conseguiram inventar algo mais emocionante ainda. Graças aos deuses do futebol, isso vai acabar. Reza a lenda que este será o último ano de seletiva. Assim, quem subir, vai subir; quem descer vai descer. Teremos séries A1 e A2 – mas isso é assunto pra outra coluna. Assim, a partir do dia 16 de janeiro de 2021, teremos seis times lutando por uma vaga na principal divisão do futebol fluminense: America, Americano, Cabofriense, Friburguense, Nova Iguaçu e Sampaio Corrêa. Esse é o túnel que pode levar os times ao lugar dos sonhos ou deixá-los presos por mais um ano, num lugar pouco visto e conhecido, cheio de aventuras e tramas.

@fabiobiao21