Palmeiras saiu no lucro com empate
Créditos: Time teve atuação muito abaixo da média dos últimos jogos e resultado acabou sendo bom (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
O Palmeiras fez sua pior partida nos últimos dois meses, foi ameaçado, levou duas bolas na trave, atacou pouco e mal e ainda foi prejudicado por uma arbitragem tendenciosa – e, mesmo assim, saiu de campo com um vantajoso empate por 1 a 1 com o Libertad, nesta terça à noite, na jornada de abertura das quartas de final da Libertadores.
O time teve claros problemas ofensivos que lembraram algumas atuações do período Luxemburgo: lentidão na armação de jogadas, trocas de passes inúteis que terminavam com erros e contra-ataques do adversário, poucas finalizações. Diante de uma defesa bem postada, o time sofreu para criar e sua primeira finalização resultou em gol, na cabeçada de Gustavo Gomez após um escanteio nascido do acaso – uma bola mal rebatida pela defesa que quase sobrou para Rony e o zagueiro afastou no desespero.
Só depois do gol o time melhorou um pouco, mas em nenhum momento que esteve em vantagem teve calma e inteligência para armar bons contra-ataques. Na defesa, por sua vez, foram vários sustos, muitos deles provocados por preciosismo na troca de passes e pouca intensidade na cobertura. O gol acabou saindo num momento de menor pressão do Libertad, em que a situação parecia controlada, numa falha coletiva: Zé Rafael marcou de longe e permitiu o cruzamento, a defesa se posicionou mal e deixou um atacante alto cabecear em cima de Gabriel Menino e Weverton, no desespero, saiu mal e atrasado, numa bola em que deveria ter ficado – era fora da pequena área, um lance de responsabilidade mais dos zagueiros que do goleiro.
A ausência de Abel Ferreira na beira do campo é um problema grave nesses jogos. Por mais que ele acompanhe os treinos a distância e eventualmente possa se comunicar com os assistentes (não sei se está fazendo), não é mesma coisa para o jogador olhar de lado e não ver o comandante ali. Some-se a isso o desgaste físico, considerando ainda que muitos jogadores acabaram de se recuperar de covid-19 (Raphael Veiga, por exemplo, está claramente muito longe das boas condições físicas), e a pressão pela importância do jogo, que afetou os mais jovens, como Veron, Menino e Danilo (que melhorou no segundo tempo, é verdade), e teríamos a receita para um desastre que não aconteceu.
A arbitragem merece um registro à parte. Como sempre acontece em competições da Conmebol contra qualquer time brasileiro, o que habla tem salvo conduto para descer o cacete, enquanto qualquer falta mais dura dos brasileiros resulta em punição. É uma arbitragem, que irrita e prejudica não somente em lances ostensivos, como o soco do 21 na cabeça do Veiga que foi criminosamente ignorado pelo VAR, mas que vai minando e acabando com a paciência de jogadores e torcedores. Faltas como as que resultaram na expulsão de Lucas Lima aconteceram aos montes do outro lado sem punição, e eventualmente até sem marcação.
Mas não há de ser nada. É preciso manter a cabeça no lugar para o jogo de volta, corrigir os erros, avaliar bem o elenco fisicamente para definir quem enfrenta o Bahia no sábado e entrar com a faca nos dentes na terça que vem. Já entramos classificados com o 0 a 0: é ter calma e tranquilidade para conquistar a classificação. Vamos em frente!
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Professor, jornalista, pai do Davi. 42 anos, palmeirense desde os 5. Cresci na fila, vi os títulos da era Parmalat, os dois rebaixamentos e a atual reconstrução. Gosto de contar histórias e de cornetar com parcimônia. Twitter: @cesarotti
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