ALAMBRADO: o melhor lugar
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O futebol vive, a cada dia mais, o luxo de grandes marcas, investimentos, arenas. Eu não sou do tempo da “arena”. Sou carioca da Tijuca e cresci indo ao Maracanã em vários domingos – fosse jogo do meu time ou não. O “Maraca” era para todos! Jovens, idosos, brancos, negros, ricos, pobres. Tinha empurra-empurra, cheiro de urina pelos corredores, clima de tensão na saída. Sinto falta de algumas coisas, de outras, não. Sinto dos craques – Zico, Dinamite, Assis, Mendonça, Elói, Marinho, Mário Marques, Arthurzinho, Tita, Luizinho Lemos, dentre outros. As brigas, a sensação de insegurança, não.
Quando recebi o convite do Flávio Frajola para escrever, busquei uma brecha em universos onde tenho alguma circulação. Sair das grandes camisas e focar no universo sombrio do futebol – as divisões inferiores do Carioca. Marcas tradicionais, como America, Campo Grande, Americano, Serrano, São Cristóvão, Olaria, dentre vários outros, já foram protagonistas e coadjuvantes de momentos marcantes contra Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. São vários os jogadores que saíram dessas equipes e despontaram no cenário nacional. O futebol mudou – o mundo mudou! –, mas essas camisas não podem ser esquecidas. Assim, apesar de não ser algo fácil, estarei sempre em busca de informações sobre elas para que sejam lembradas.
Outro assunto que pensei, ofertei e foi aceito é o fut7. Pouco se ouve falar da modalidade, apesar de ser jogada por quase todos aqueles que gostam de futebol. O antigo “futebol society” segue buscando seu lugar ao sol e, me arrisco a dizer, é o mais praticado no país, atualmente, por crianças, jovens e adultos. Desde 2008, com idas e vindas, e desde 2016, direto, estou envolvido em competições, como comentarista, repórter, narrador e apresentador. É um universo que aprendi a gostar, respeitar e que trabalho, dentro das minhas possibilidades, para que cresça.
Mas, o que tem a ver tudo isso com alambrado? É de lá, do alambrado, onde se acompanha bem os jogos, se sente a emoção, se perturba ou incentiva um jogador. O futebol das séries de acesso e o fut7 não jogam em grandes arenas. São jogados em lugares mais simples, com pouca ou nenhuma estrutura. Mas, ele, o alambrado, é um companheiro e (literalmente) um apoio àqueles que, dia após dia, semana após semana, estão lá, gritando pelos seus amigos, times, companheiros. E é de lá que vou falar, buscando que a voz seja ouvida cada vez mais longe.
et: não poderia encerrar este primeiro texto sem citar pessoas que foram importantes para minha participação, em ordem cronológica de conhecimento de cada um, nesses dois universos: os americanos Stefano Salles e Fábio Brandão, e os “futsetemaníacos” Gustavo Maranhão, Rodolfo Groetares, Davi Pereira e Leandro Gandola. A vocês, valeu! Tenho a mais absoluta certeza de que, a cada dia, busco fazer o melhor!
@fabiobiao21
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Carioca da Tijuca, quando mais novo, ia a todos os jogos possíveis no Maracanã de preços populares. Prefere assistir a um Bonsucesso x Olaria ou à uma boa partida de fut7, a um clássico da Champions. E, se ainda tiver uma cerveja pra esticar a resenha, perfeito!
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Definição de torcedor de futebol raiz executada com êxito.
Grande coluna!!!